A Genética - As Mutações Genéticas: O Caso de Chernobyl

O ramo da psicologia que se dedica à investigação das influências hereditárias no comportamento é a genética do comportamento.

A hereditariedade é a totalidade das caraterísticas transmitidas pelos pais à sua descendência. Costuma distinguir-se hereditariedade específica e hereditariedade individual. Hereditariedade específica é o conjunto de caraterísticas comuns aos indivíduos de uma espécie e que os diferencia de todas as outras espécies. Assim, os descendentes de determinada espécie herdam as caraterísticas próprias da espécie dos seus progenitores. Por outro lado, hereditariedade individual é o conjunto único de caraterísticas herdadas por um individuo e que o distingue de todos os outros indivíduos.

Os genes são os responsáveis pelo aparecimento, no individuo, de todas as caraterísticas. Algumas devem-se à combinação de apenas um par de genes, um proveniente do gâmeta masculino e outro do gâmeta feminino: é o caso da cor dos olhos, da cor dos cabelos e do Rh sanguíneo. Devido às múltiplas combinações possíveis, torna-se difícil a previsão do aparecimento dos carateres. É que os cromossomas possuem milhares de genes que podem combinar-se de numerosíssimas formas, facto que nos explica a diversidade existente entre os seres humanos. De facto, podemos afirmar que não há dois indivíduos de constituição igual na espécie humana, salvo no caso dos gémeos monozigóticos.

Durante a transmissão de uma característica física, é necessário fazer distinção entre gene dominante e gene recessivo. Gene dominante é aquele que produz efeito mesmo que esteja presente em apenas um dos cromossomas do par. Gene recessivo é aquele que só produz efeito quando está presente nos dois cromossomas do par.

Exposto isto, decidi desenvolver a minha reflexão pessoal sobre as mutações genéticas. As mutações genéticas, ou mutações génicas, são modificações na sequência dos nucleótidos do ADN de um gene. Estas ocorrem como consequência de erro no processo de duplicação do DNA. Existem, por sua vez, certos agentes do ambiente que podem aumentar a taxa de ocorrência de erros genéticos. Entre esses agentes mutagénicos podemos citar: as substâncias existentes no fumo, os raios X, a luz ultravioleta, o gás mostarda, o ácido nitroso e alguns corantes existentes nos alimentos. Por sua vez, as mutações provocam uma variação genética que fornece novas características que, se forem vantajosas, vão acumular-se resultando em mudanças evolutivas adaptativas; se forem prejudiciais a sua frequência será cada vez mais reduzida ao longo das gerações. São as mutações juntamente com a separação aleatória de cromossomas homólogos e fenómenos de crossing-over que permitem variações dentro de uma mesma espécie, por exemplo, tamanhos diferentes de asas, diversidade de cores, etc. Atualmente, as mutações são a causa da maior parte dos nados-mortos e de alguns nados-vivos. Estas causam organismos inexequíveis à vida humana ou indivíduos com várias alterações fenotípicas.

Dito isto, resolvi focar a minha atenção num problema que data de meados do seculo XX, o acidente ocorrido na central nuclear de Chernobyl que vitimou inúmeras vítimas e que atualmente continua a ter os seus efeitos na sociedade local. Exemplo disso é o facto de toda a zona circundante à central ser inabitável e os descendentes de sobreviventes à exposição dos resíduos provenientes do acidente atualmente ainda apresentarem malformações, resultantes de mutações genéticas como consequência da longa exposição à radiação da central por parte dos seus progenitores, como descrito num artigo   https://www.globalresearch.ca/chernobyl-the-horrific-legacy  , apelidado de “Chernobyl: The Horrific Legacy” (“Chernobyl: O Legado Horrível”) ou podemos observar tal no documentário “The Battle of Chernobyl” (“O Desastre de Chernobyl”) produzido pela Discovery Channel.

As diversas falhas de segurança no trabalho originaram este acidente, criando posteriormente a libertação de radiação que originou as mutações, contudo estas não podem ser inviabilizadas por necessidade ou gosto de cada ser, tais estão inscritas no código genético, existindo sempre uma possibilidade, dependendo dos descendentes, de um individuo ser portador de malformações. Logo, as únicas críticas que podemos fazer às mutações genéticas são o facto de tais levarem os portadores das mesmas a apresentarem malformações e a crítica ao modo como os agentes que beneficiam as mutações genéticas não serem contidos e preservada a saúde pública, fazendo-se aqui alusão ao dito acidente em Chernobyl, existindo, contudo, muitos outros exemplos: Hiroshima e Nagasaki, etc…

Em suma, posso afirmar que a genética e as mutações genéticas envolvem um entendimento muito exaustivo da formação do código genético de cada um e são muito importantes para a existência da variabilidade genética. As mutações genéticas, para muitos, estão relacionadas com malformações, como o nascimento de um novo ser com polidactilia, isto é, número superior de dedos ao normal existente numa mão humana, mas as mutações são importantíssimas para o próprio desenvolvimento da genética, pois são as mutações genéticas, associadas à separação aleatória de cromossomas homólogos e a fenómenos de crossing-over, que permitem variações dentro de uma mesma espécie, existindo por isso vantagens e desvantagens associadas às mutações genéticas. Contudo, na minha opinião pessoal não é a existência de mutação num indivíduo que o torna mais ou menos humano que uma pessoa aparentemente saudável, mas sim as crenças dogmáticas existentes no interior de cada um que torna esta situação num problema que ascende a problema ético, dado que todos devemos ser tratados de forma igual e não invalidados pelas diferenças, pois são estas que aumentam a variabilidade genética e com isso a possibilidade de uma contínua e ininterrupta seleção natural e propagação da espécie humana.

 

 

             

 

 

 

 

Malformações visíveis em crianças derivadas da radiação proveniente do acidente na central nuclear de Chernobyl

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Danos causados nas infraestruturas da central nuclear de Chernobyl, evidenciando a magnitude do desastre 

Trabalho realizado por:

Diogo Palma nº 3  

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